O Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Sto. António alberga o Núcleo Museológico da Indústria Conserveira, onde é possível ver uma exposição sobre a tradição pesqueira e conserveira nesta cidade.
Fomos visitá-lo na semana passada.
Passei rapidamente por temas como o ciclo do atum, o ciclo da sardinha, as fases de cozedura, enlatamento...e outros.
Mas demorei-me na parte das artes litográficas.
Na primeira metade do séc. XX houve um acentuado desenvolvimento da indústria conserveira em Vila Real de Sto. António. A par desta indústria desenvolveram-se outras actividades, entre elas a litografia, para impressão de desenhos nas folhas-de-flandres (material de que são feitas as latas de conserva).
Nesta altura, o processo era mais ou menos o seguinte:
O desenho era feito manualmente em pedra calcária, para depois ser transferido da pedra para o papel vegetal na prensa de transporte litográfico.
Depois, o desenho passava para uma chapa de zinco. Esta era aplicada no cilindro da máquina de impressão que, por sua vez, transferia o desenho para a folha-de-flandres.
Seguia-se a aplicação das cores:
A folha-de-flandres tinha de passar na máquina tantas vezes quanto o número de cores do desenho.
Cada vez que era aplicada uma cor, a folha-de-flandres ia ao forno para secar.
Depois voltava à máquina para a impressão da cor seguinte.
E assim sucessivamente.
Na última fase, aplicava-se uma camada de verniz transparente, indo a folha-de-flandres pela última vez ao forno.
Por fim, a folha-de-flandres ia para a secção do vazio, onde eram fabricadas as latas.
Filipa
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