muitaterra: Salvador da Bahia - Centro Histórico

Sol, cor, calor, música, diversidade, sorrisos, cultura, mar foram as palavras-chave que guiaram a nossa visita a Salvador. Esta é uma cidade feliz e foi assim que nos sentimos lá.

Como sempre, partimos de cá apetrechados com o guia (de papel) e sempre que pudemos recolhemos mapas e panfletos nos pontos de informação turística…mas é impossível não tropeçar no inesperado que nos leva por outros caminhos, tantas vezes indizíveis.

Aqui ficam os nossos apontamentos misturados com esses momentos especiais:

· Salvador da Bahia é a terceira maior cidade do Brasil, com 2.9 milhoes de habitantes. Foi a primeira sede do governo português no Brasil e portanto primeira capital deste país.

· Foi Tomé de Sousa, um nobre português, quem fundou a cidade em 1549, sob ordem de D. João III.

· Quando os primeiros europeus lá chegaram, a zona da actual cidade era ocupada por índios tupinambás.

· Depois, enquanto colónia de Portugal, foram levados para lá escravos africanos para trabalharem nas plantações de açúcar. Índios, africanos e europeus deram origem a uma cultura densa, muito rica e diversificada. Actualmente a cidade é considerada o centro da cultura afro-brasileira.

· Centro Histórico de Salvador:

Declarado património mundial pela UNESCO em 1985, conserva arquitectura colonial portuguesa dos séculos XVII, XVIII e XIX (casas coloniais, igrejas barrocas, museus).

O Pelourinho, onde os escravos eram punidos em público, é hoje o mais famoso bairro do Centro Histórico.

A cidade desenvolveu-se inicialmente no cimo de uma escarpa por motivos de protecção, mas ao longo do tempo expandiu-se para a zona costeira ou zona baixa. Actualmente a ligação mais rápida entre a cidade baixa (sobre a qual falaremos num próximo post) e a cidade alta faz-se por meio de Elevador Lacerda.

Andar pelas ruas do centro histórico, subir e descer as suas ladeiras é quase uma festa: vida cultural e comercial intensas!.. monumentos, museus, lojas, restaurantes, animação e música na rua todos os dias, várias vezes ao dia!

Alguns pontos de interesse no centro histórico

Fundação Casa de Jorge Amado:

Muitos dos romances deste autor tiveram como plano de fundo o Pelourinho. Os quatro pisos desta bonita casa colonial, situada no coração deste bairro emblemático, são dedicados à vida e obra de Jorge Amado e de sua mulher, Zélia Gattai.

Em Bahia de Todos os Santos - Guia de ruas e mistérios , o autor escreve logo ao início:

Ouves?

É o chamado insistente dos atabaques na noite misteriosa.

Se vieres eles tocarão mais alto ainda, no poderoso toque do chamado do santo, e os deuses negros chegarão das florestas da África para dançar em tua honra.

Com os vestidos mais belos, bailando os inesquecíveis bailados.

As iaôs cantarão em iurubá os cânticos de saudação. Os saveiros abrirão as velas e rumarão para o mar largo de tempestades.

Do forte velho virá música antiga, valsa esquecida que só o ex-soldado recorda. Os ventos de Yemanjá serão apenas doce brisa na noite estrelada. O rio Paraguaçu murmurará teu nome e os sinos das igrejas de repente tocarão Ave Maria apesar de que o crepúsculo já passou com sua desesperada tristeza. No Mercado das Sete Portas, nos pobres pratos deflandres o sarapatel te espera, escuro e gostoso. Os potes e as moringas de barro que comprarás, as redes para a sesta, os inhames e aipins, as frutas coloridas. Se vieres, a feira terá outra animação, beberemos cachaça com ervas aromáticas. Os sobradões te esperam. Os azulejos provêm de Portugal e desbotam hoje ainda mais belos. Lá dentro a miséria murmura pelas escadas onde os ratos correm, pelos quartos imundos. As pedras com que os escravos calçaram as ruas, quando o sol as ilumina ao meio-dia, têm laivos de sangue. Sangue escravo que escorreu sobre essas pedras nos dias de ontem. Nos casarões moravam os senhores de engenho. Agora são os cortiços mais abjetos do mundo. Verás as igrejas, grávidas de ouro. Dizem que são trezentas e sessenta e cinco. Talvez não sejam tantas, mas que importa? Onde estará mesmo a verdade quando ela se refere à cidade da Bahia?

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

Construída por escravos no séc. XVIII, é o centro das tradições afro-brasileiras no Pelourinho. A sua construção foi iniciada pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Pelourinho. A Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Pretos é uma irmandade religiosa iniciada no período colonial que tinha como objectivo apoiar e promover a relação entre os escravos, a nível religioso, mas também social e cultural.

A primeira sede da Irmandade situava-se na Igreja da Sé, mas em 1696 D. Pedro doou um terreno para a construção de uma nova Igreja.

A Igreja Rosário dos Pretos foi construída com o trabalho dos negros escravizados que para lá iam trabalhar durante a noite, único período que tinham disponível. Os negros forros contribuíam não só com o trabalho, mas também com recursos financeiros.

Vale a pena assistir à missa dedicada a Santo Antônio de Categeró, que ocorre todas as 3ªs, às 18h.

Símbolos do candomblé e da igreja católica surgem lado a lado e os cânticos são acompanhados por instrumentos como o atabaque e o berimbau.

Nesta igreja observamos um cruzamento entre religiões, em vez da exclusão.

As músicas facilmente emocionam o público, que dança e canta durante quase toda a missa.

Catedral Basílica:

Construída durante a segunda metade do séc. XVII é um importante exemplo da arquitectura barroca luso-brasileira. É revestida interna e externamente de cantaria de lioz, uma pedra calcária trazida de Lisboa. Nesta antiga Igreja do Colégio dos Jesuítas encontra-se a cela onde viveu o Padre António Vieira e também uma cadeira de jacarandá, que se diz ter sido sua.

Igreja e Convento de S. Francisco

O Convento de S. Francisco, desenvolvido em torno de um claustro quadrado, forma com a Capela da Ordem Terceira um dos complexos monumentais mais importantes de Salvador. Sua decoração é um fantástico exemplo do barroco da primeira metade do séc. XVIII.

Igreja da Ordem Terceira de S. Francisco

Localiza-se junto do importante conjunto da Igreja e Convento de São Francisco.

A sua fachada em arenito é a única do género no Brasil e esteve oculta durante muitos anos sob uma camada de argamassa, sendo acidentalmente descoberta em 1930. O interior foi reformado várias vezes, mas preserva uma série de azulejos vindos de Portugal, muito importantes por retratarem Lisboa antes do terremoto de 1755 bem como cenas do casamento de D. José, em 1729.

Palácio Rio Branco

O Palácio Rio Branco foi a primeira sede do governo do Brasil, em 1549 e é um dos mais antigos palácios do Brasil. Está situado na Praça Tomé de Sousa.

No entanto, o palácio actual não tem nada a ver com o primeiro. Em 1900 o edifício foi totalmente reconstruído em estilo neoclássico e em 1912 foi severamente danificado pelo bombardeio de Salvador, o que levou a uma remodulação profunda. É por isso que hoje este edifício apresenta um estilo bastante ecléctico.

Elevador Lacerda

Construído pelo mercador António Francisco de Lacerda e inaugurado em 1873. Liga a Praça Tomé de Sousa, na parte alta da cidade, à Praça Cairu, na baixa da cidade. O seu estilo actual Arte Déco deve-se ao restauro na década de 1930.

Durante uma viagem de 72 metros e 22 segundos, tem-se uma deslumbrante vista da baía.

Funciona 24h por dia.

Terreiro de Jesus

Uma das praças mais bonitas no Pelourinho, foi construída em 1549 pelo governador Tomé de Sousa. É frequente a animação de rua (música, capoeira) e estão sempre presentes as tasquinhas e esplanadas onde se pode beber, entre muitas outras coisas, água de coco e caipirinha.

Praça da Sé

Onde se situa o antigo prédio da Arquidiocese de São Salvador, ao lado da Sé, a fonte luminosa e o Memorial das Baianas. Importante ponto de passagem, está sempre cheia de gente. Aqui é fácil encontrar simpáticas baianas a vender tapioca ou acarajé.

Solar Ferrão

O Solar Ferrão é um espaço instalado num dos mais importantes edifícios do Centro Histórico de Salvador. Esta grande casa colonial, construída entre os séculos XVII e XVIII, possui seis andares e abriga a Galeria Solar Ferrão, o Museu Abelardo Rodrigues e duas colecções expostas em salas distintas: a de Arte Africana Claudio Masella e a de Arte Popular.

Restaurantes

Jardim das Delícias

https://www.zomato.com/pt/salvador/jardim-das-del%C3%ADcias-pelourinho/menu#tabtop

penne e vegetais

Sorriso da Dádá

http://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g303272-d2346950-Reviews-Sorriso_de_Dada-Salvador_State_of_Bahia.html