segunda-feira, 4 de setembro de 2017

percurso de bicicleta na Serra da Aboboreira



No início de Julho aproveitámos uma deslocação ao Norte do país para fazer mais um percurso de btt.
Desta vez percorremos a região envolvente da Serra da Aboboreira que se situa entre os vales dos Rios Tâmega e Douro e o esporão do Marão.  Ficámos alojados na Casa da Levada, em Travanca do Monte,  a aldeia mais povoada da Serra.



Esta era uma antiga casa nobre rural,  com dois espigueiros alongados e uma eira com uma fantástica vista para Noroeste.



No primeiro dia fizemos um curto mas exigente percurso com cerca de seis km entre a aldeia de Castelo e Travanca do Monte.  A primeira povoação tem ruas estreitas e calcetadas, algumas cobertas por latadas com uvas a despontar.




Cruzámo-nos com vários animais e habitantes,  entre os quais o capelão que nos deu a chave para visitar a capela junto ao miradouro. Vários foguetes ecoavam pelos vales verdejantes.  




Regressámos ao início da aldeia e comemos uma refeição ligeira que tínhamos trazido de casa.



Na primeira etapa encontrámos subidas muito acentuadas,  superando 200 m de desnível em apenas 2 kms.  Apesar da panorâmica,  sobre o vale do Tâmega,  o calor e o cansaço fizeram-se sentir.  





Por fim alcançámos a aldeia de Carvalho de Rei, onde recuperámos forças passeando pelo pequeno povoado. 


As ruas eram muito estreitas,  quase um carreteiro,  ladeadas por levadas que transportavam água para os campos no vale: milho, hortaliças, vides e também algumas flores.





Ainda nos cruzámos com alguns habitantes em conversa, mas o linguarejar era imperceptível. 


Igreja de Carvalho de Rei


De volta ao caminho,  bem mais ondulante,  pedalámos por campos agrícolas até à aldeia da Guarda e depois de cruzado um carvalhal chegámos à aldeia de Travanca. 



Fomos recebidos pelo Tinto e pelo Five, os cães dos nossos anfitriões. 

Tinto

Five

Ao jantar o Sr. Luís e a Sr. Maria contaram-nos muitas histórias sobre a Casa da Levada, os seus vários hóspedes e o poeta Teixeira de Pascoaes.  
No segundo dia tomámos o pequeno-almoço na sala do solar. 


Croissants, sumo de laranja, café com leite seguidos de uma explicação sobre a envolvente da quinta. 





Mas depressa sentimos um frenesim interior. 
O dia era longo e a Aboboreira chamava por nós. Impelidos pela brisa fresca montámos as bicicletas e arrepiámos caminho serra acima até à famosa Anta da Chã de Parada. 


Um dólmen com corredor bem preservado, visível do caminho.



Mais à frente, com as Meninas à vista (marco geodésico), uma outra anta, mais pequena, mas com uma vista de montanha surpreendente. 

paragem num parque de merendas a caminho da anta 


A serra ergue-se altaneira sobre os montes vizinhos, proporcionado uma vista de 360º sobre quase todo o Douro litoral. Sobranceira, uma capela a 960m de altitude  proporcionou mais um encontro. Conhecemos a D. Alice e o Patuco.






À nossa frente e decorridos cerca de 8 kms,  a primeira descida do percurso ziguezaguiando sobre a vertente que dá para Baião. Sentimos finalmente algum prazer em andar de bicicleta.


Lá em baixo,  desembocámos na aldeia abandonada de Currais,  onde parámos um pouco, contemplando a vegetação a consumir as vetustas paredes.



Prosseguimos, até à Tasquinha do Fumo, lugar mítico da Serra da Aboboreira,  mas que desconhecíamos. Tentámos almoçar lá, mas disseram-nos que era necessário reservar.  Não havia lugares, pelo que almoçámos o nosso lanche, um pouco mais à frente junto a uma represa.


O caminho tornou-se mais plano,  com uma série de subidas e descidas, até iniciarmos uma grande descida que desembocou na aldeia de S. Simão.  Foram cerca de 2 kms em que os travões guincharam e a panorâmica desfilou velozmente à nossa frente.




Lá em baixo,  junto ao lugar de Folhada, onde existe um turismo rural,  parámos para beber água numa fonte.



Ladeámos campos de milho e de vinha que intercalavam os vários "povos". Junto à capela de São Simão  umas inesperadas hortênsias coloriram o nosso caminho.  Não houve tempo para fotos,  pois, poucos metros mais à frente, iniciámos a subida da serra que tínhamos de transpor para regressar à aldeia de Castelo.


Foi uma subida difícil, com muito calor e uns ensolarados 300 m de desnível. Ziguezaguiando pela encosta,  cruzámo-nos com pequenos carvalhais,  testemunhos da antiga floresta laurissilva e uma manada de vacas que mugiam em nosso apoio.
Chegámos à Aldeia Velha,  sedentos e cheios de calor. Sentámo-nos perto de um tanque comunitário sem água potável.  Um habitante indicou-nos o local de uma fonte com água fresca,  em troca da ajuda para publicar umas fotos no Facebook.

Aldeia Velha

Aldeia Nova

Prosseguimos para a Aldeia Nova que era ainda mais pequena do que a Velha. 
Mais à frente fizemos um desvio pelo matagal até à aldeia de Pé Redondo, com uma veiga de produtos muito variados.





Muito próximo estava já Carvalho de Rei, onde fizemos uma paragem no parque de merendas sobranceiro à Capela.  Retemperadas as forças,  iniciámos a descida de 2 kms até à aldeia de Castelo,  com mais uma guincharia estridente dos travões.


A aldeia de Castelo lá repousava,  sossegada ao entardecer.  
Colocámos as bicicletas em cima do carro e rumámos a Travanca do Monte,  onde os nossos anfitriões nos esperavam com um jantar crepuscular à vista do Marão.


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