quarta-feira, 18 de novembro de 2015

PRC SMI 28: Chá Gorreana


A Fábrica de Chá Gorreana iniciou a sua actividade em 1883, mantendo actualmente extensas plantações nas suas proximidades. É a mais antiga fábrica de chá da Europa e foi, durante muitos anos, a única em laboração no velho continente.



A fábrica é, por si só, um museu que testemunha o modelo industrial do séc. XIX, utilizando, ainda nos dias de hoje, maquinaria dos finais do século XIX e inícios do século XX.








A sua produção consiste no chá preto (variedades Orange Pekoe, Broken Leaf e Pekoe) e verde (Hysson), ambos provenientes do tratamento das folhas de Camellia Sinensis.


A produção de chá preto, divide-se entre o Pekoe - com maior teor de teína -, o Orange Pekoe, mais aromático e com nível não elevado de teína e o Broken Leaf, com o teor mais baixo de teína.

Por sua vez, o chá verde distingue-se entre o tradicional e o chá verde especial, este último mais aromático que o primeiro.
O chá verde possui características medicinais, prevenindo o colestrol prejudicial para a saúde, a diabetes, a tensão arterial elevada e alguns tipos de cancro. Tem ainda um efeito relaxante, ao contrário do chá preto, que tem um efeito mais estimulante.



Hermano Mota, o actual CEO da Fábrica esclarece que «quando bebo o chá das cinco gosto do Orange Pekoe. Para pequeno-almoço e para acompanhar uma refeição (com os carapaus fritos, que é um prato muito típico cá em casa) prefiro o Pekoe. A seguir a uma grande festança e a uma comida farta, gosto do verde, que é muito digestivo» (http://www.gorreana.org/index.php/pt/produtos)

Com efeito, uma das originalidades da fábrica é estar aberta ao público ao fim de semana, dispondo de uma área de degustação. Aqui, o visitante pode provar, gratuitamente, vários tipos de chá, aproveitando a área da cafetaria para adquirir um acompanhamento, desde já se recomendando o tradicional bolo lêvedo ou uns saborosos biscoitos regionais.





Como se não bastasse, junto à Fábrica é possível percorrer um curto percurso pedestre, com 6kms, que nos introduz em plena plantação de chá.



Aqui podemos observar o ciclo de cultivo da Camellia Sinensis, apreciando as formas geométricas desenhadas pelos carreteiros por onde os trabalhadores colhem as suas folhas.







Mais à frente, sempre a subir, a plantação de chá dá lugar às pastagens e à floresta de criptomérias, vestígio da flora original da costa norte da Ilha, naturalmente mais húmida.





Por fim, alcançamos a Casa do Mirante, uma ruína que facilmentte nos transporta novamente a um cenário romântico do séc. XIX, moldado pelo Pico da Vara a nascente e pela plantação de chá junto ao mar.






O regresso à Fábrica faz-se por um caminho paralelo ao anterior, que superando vertentes mais abruptas nos conduz de novo à plantação de chá e, depois, à Fábrica onde a noite nos acolhe.




Um excelente passeio "domingueiro", que pode ser complementado com umas saborosas cracas - crustáceo local de intenso sabor a mar - na Cervejaria A Cascata, mesmo em frente à matriz da Ribeira Grande.




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